Dona da plataforma de treinamento e educação corporativa Konviva, a edtech Ilog Tecnologia captou R$ 2,5 milhões. O valor será usado pela startup para criar novas soluções para o mercado, entrando em novos perfis de empresas, e também para estruturar estratégias de marketing.
No serviço de SaaS oferecido pela Ilog, as companhias podem estruturar os processos de aprendizado dos seus funcionários. Elas definem, por exemplo, os conteúdos que os empregados precisam assistir nos seus primeiros dias de trabalho e as trilhas de conhecimento que eles devem acessar de acordo com a área de atuação ou o perfil de desenvolvimento de carreira.
Os recursos vieram da Naia Capital, fundo de Venture Debt, modelo que trabalha com “empréstimos de risco”. Neste tipo de financiamento, em crescimento no país, não há diluição da participação acionária dos sócios-fundadores.
Pela negociação, também estão previstos a liberação de outros R$ 2,5 milhões no intervalo de seis meses. Todo o acordo foi conduzido pela Stark, que fez a ponte entre a startup e o fundo.
Para receber os novos recursos, a startup precisa colocar a “lição de casa” em dia, estruturando melhor a governança, com a criação de novos processos e com a contratação de profissionais para a gestão. Além disso, a Ilog atua no desenvolvimento de uma nova plataforma para ser usada por pequenas e médias empresas, com número de funcionários entre 200 e 500.
Hoje, o modelo de negócio da edtech é considerado premium, compreendendo clientes de grande porte. Entre eles, O Boticário, Volkswagen, Enel, Audi, BMW e Bloomin’ Brands, dona do Outback e Abbraccio, que colocam na ferramenta pouco mais de 3 milhões de profissionais.
Apesar de ter uma cartela desejável, como requer um ticket mais alto, a plataforma acaba por limitar o acesso e o potencial de expansão. Para o novo produto, a Ilog desenha uma solução mais barata e mais adequada para empresas que não contam com todo um suporte interno para a promoção e o acompanhamento dos treinamentos.
As mudanças também têm em vista o desejo de captar no mercado de venture capital um cheque mais gordo a partir de 2024. Em 2020, quando a Ilog acionou a Stark pela primeira vez para obter recursos, os principais feedbacks dos fundos envolviam os elementos: marketing e criação de novos produtos para avançar e potencializar o crescimento. Em 2022, a empresa deve fechar com pouco mais de R$ 20 milhões de faturamento, alta de 26% em relação ao ano de 2021.
Outro objetivo de curto prazo da Ilog é a internacionalização. Hoje, ela exporta os seus serviços apenas a partir de clientes locais, como a Weg, multinacional brasileira que usa a plataforma internacionalmente.
Como surgiu a Ilog
A nova formação da Ilog tem 10 anos, foi criada em 2012, mas a origem da empresa remonta ao começo da oferta de internet comercial no país, no fim do século passado.
Rohde e três amigos, todos eles formados em engenharia elétrica pela Universidade de Santa Catarina, criaram uma empresa, a Multinet, para produzir multimídia para a internet, como homepage e sites. Ao longo daquele período, começaram a explorar outras possibilidades e, até pela proximidade com a universidade, chegaram ao então incipiente mercado de educação a distância.
Depois de uma cisão entre os sócios, a empresa ganhou o nome de Ilog. E, frente às discussões entre ensino presencial e virtual no meio acadêmico, optou pelo mundo corporativo, oferecendo as suas soluções para empresas. A companhia vendeu parte das suas soluções e softwares de aprendizagem corporativa para a Datasul, especializada em software de gestão, empresa depois adquirida pela Totvs. Os executivos, incorporados ao novo sistema, só podiam atuar sob as novas chancelas.
Cinco anos depois, vencida a cláusula de não competição, Rhodes resgatou a marca e lançou a versão atual. Atualmente, a Ilog tem pouco mais de 100 funcionários, entre os quais os outros quatro sócios.
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